Lenda da Ilha da MADEIRA

 

Imaginai, ao ler, que a escutais da boca de algum velho marinheiro como aqueles que há cinco ou seis

séculos, pelas noites de Inverno, ao pé do lume, as contavam aos netos…

Lá fora o vento lembrava a voz do mar.
Um dos marinheiros, o Machico, ouvia falar das ilhas encantadas que já tinham sido avistadas por outros mareantes, mas que jamais foram abordadas. Concebeu em si um ardente desejo de ir à busca delas. Carregou a sua barca de mantimentos e partiu. Passados quatro ou cinco dias, numa bela manhã, ele e os seus homens viram no horizonte névoas que pousavam sobre o mar, sinal certo de ilha ou terra próxima. Seguiram naquela direcção.
A névoa tornou-se tão densa, as ondas atiravam ímpeto e os marinheiros, pálidos de espanto, murmuravam que ali seria a entrada do inferno.
O Machico persistente bradou: "Avante, não temais. São as ondas a bater na costa. Estamos quase à vista de alguma das ilhas encantadas."
De súbito, a nuvem começou a descobrir-se. E viu-se um espectáculo tão belo que os marinheiros ajoelharam-se de pasmo sobre as tábuas da barca. O Machico com os seus companheiros cuidaram logo de saltar em terra. O ar era morno e suavíssimo. Das árvores pendiam flores de infinitas qualidades e cores.
Tamanho era o esplendor da ilha!
E, porque a terra era tão coberta de florestas como ele vira, chamou-lhe a Ilha da Madeira.
 
( Jaime Cortesão)
 
 
ILHA da MADEIRA  muitas vezes designada de "Pérola do Atlântico"… "Ilha dos Amores"… " Ilha das Flores"…
 
" Éden"   ou  " Paraíso"… ha-de voltar a ser bela!!!
 

Temos 40% de pobres…

 

 
 

Dr. Fernando Nobre
"Temos 40% de pobres"
III Congresso Nacional de Economistas

 
O presidente da AMI, Fernando Nobre, criticou a posição das associações patronais que se têm manifestado contra aumentos no salário mínimo nacional.
Na sua intervenção no III Congresso Nacional de Economistas, Nobre considerou "completamente intolerável" que exista quem viva "com pensões de 300€ ou menos euros por mês", e questionou toda a plateia se "acham que algum de nós viveria com 450 euros por mês?"
Numa intervenção que arrancou aplausos aos vários economistas presentes, Fernando Nobre disse que não podia tolerar "que exista quem viva com 450 euros por mês", apontando que se sente envergonhado com "as nossas reformas".
"Os números dizem 18% de pobres… Não me venham com isso.
Não entram nestes números quem recebe os subsídios de inserção, complementos de reforça e outros.
Garanto que em Portugal temos uma pobreza estruturada acima dos 40%, é outra coisa que me envergonha…" disse ainda.
 
"Quando oiço o patronato a dizer que o salário mínimo não pode subir…. algum de nós viveria com 450 euros por mês? Há que redistribuir, diminuir as diferenças.
Há 100 jovens licenciados a sair do país por mês, enfrentamos uma nova onda emigratória que é tabu falar.
Muitos jovens perderam a esperança e estão à procura de novos horizontes… e com razão", salientou Fernando Nobre.
 
O presidente da AMI, visivelmente emocionado com o apelo que tenta lançar aos economistas presentes no Funchal, pediu mesmo que "pensem mais do que dois minutos em tudo isto".
Para Fernando Nobre "não é justo que alguém chegue à sua empresa e duplique o seu próprio salário ao mesmo tempo que faz uma redução de pessoal".
Nada mais vai ficar na mesma", criticou, garantindo que a sociedade "não vai aceitar que tudo fique na mesma".
 
No final da sua intervenção, Fernando Nobre apontou baterias a uma pequena parte da plateia, composta por jovens estudantes, citando para isso Sophia de Mello Breyner. "Nada é mais triste que um ser humano mais acomodado", citou, virando-se depois para os jovens e desafiando-os: "Não se deixem acomodar. Sejam críticos, exigentes. A vossa geração será a primeira com menos do que os vossos pais".
Fernando Nobre ainda atacou todos aqueles que "acumulam reformas que podem chegar aos 20 mil euros quanto outros vivem com pensões de 130, 150 ou 200 euros…
 
Não é um estado viável…. 

Sejamos mais humanos, inteligentes e sensíveis
".
 

O ALGARVE cobre-se de branco!…

 
 
 
 
 
 As amendoeiras em flor já cobrem o Algarve de branco, num espectáculo deslumbrante, inesquecível para quem o presencia, só possível numa região como esta, com excepcionais condições naturais e climatéricas.
Um cenário único que se estende pelas encostas férteis do Barrocal, em que as amendoeiras são cobertas por nuvens de flores cujas pétalas se espalham pelos campos, simulando um tapete de neve a brilhar ao sol.
 
Para quem não acompanha o meu blog desde o início, o nome que lhe dei – " PrincesaGILDA" –  deve-se à Lenda que se segue, a mais conhecida das inúmeras Lendas que tem o Algarve. Foi com ela que o iniciei, numa tarde em que decidi dá-las a conhecer aos meus alunos. 
À medida que íam terminando os seus afazeres diários, uma lenda do Algarve aguardava-os no PC da sala de aula.
Muito conhecida, mas sempre linda!…
 
 
A lenda das AMENDOEIRAS do ALGARVE
 
 
 
   Há muitos séculos, antes de Portugal existir e quando o Al-Gharb ainda pertencia aos árabes, reinava em Chelb, a futura Silves, o famoso e jovem Ibn-Almundim que nunca tinha conhecido uma derrota.
   Certo dia, entre os prisioneiros de uma grande batalha ,viu uma linda jovem de olhos azuis e porte altivo. Chamava-se Gilda e era conhecida como a Bela Princesa do Norte. Impressionado com tamanha beleza, o Rei Mouro deu-lhe a liberdade e conquistou-lhe a confiança. Certo dia, confessou-lhe o seu amor e pediu-lhe para ser sua mulher.
  Durante algum tempo foram muito felizes, mas a Princesa foi ficando cada dia mais doente e cada dia mais triste…
  Um velho cativo das terras do norte, pediu então para ser recebido pelo Rei e revelou-lhe que a Princesa sofria de nostalgia da neve do seu país distante. Então, os conselheiros, sugeriram ao rei que mandasse plantar amendoeiras por todo o reino. Muitas amendoeiras que, quando florissem, dariam à Princesa a ilusão das neves da sua terra…
   O Rei assim fez e no Inverno seguinte levou Gilda ao terraço mais alto do castelo.
  _ Ah!… exclamou ela extasiada.
  Lágrimas de alegria surgiram nos seus lindos olhos azuis. Ficou radiante, sentiu-se revigorar, sentiu que as suas forças regressavam ao presenciar aquela visão indiscritível do branco que se estendia a perder de vista…
   O Rei Mouro e a Princesa viveram longos anos de um amor intenso esperando ansiosos a chegada do mês de Fevereiro…
  O mês de Fevereiro trazia sempre, ano após ano, o maravilhoso espectáculo das amendoeiras em flor!
 
 
 
  "" Chelb é uma cidade bela. Está situada numa colina.Tem um castelo e muralhas fortes. Possui belos palácios e mercados ricos.É habitada por Árabes…que sabem improvisar versos…""
  ( Al-Idrisi )
 

   Esta simples  descrição de Al-Idrisi, escrita no séc.X poderia ser a descrição da actual Silves  não fosse D. Sancho I tê-la reconquistado aos Mouros no Séc.XII…

 
 
Muralha do Castelo de Silves